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Inflação eleva pressão sobre emergentes, diz ‘FT’

Uma extensa reportagem do diário financeiro britânico Financial Times analisa nesta terça-feira como o recente repique de inflação mundial está afetando os mercados emergentes, como o Brasil, a China e a Índia.
A alta dos preços e a conseqüente elevação dos juros para combater a inflação causam desaceleração econômica e colocam em risco o que o jornal chama de “história de sucesso” dos países emergentes, que até então vinham crescendo descolados da dinâmica verificada nas principais economias ocidentais.

Segundo o FT, os preços nos emergentes subiram mais intensamente que nos países industrializados: as taxas bateram 7,7% na China e 11,4% na Índia, o que levou as respectivas autoridades monetárias a elevar os juros.

A desaceleração e a desconfiança dos investidores atingiram os mercados financeiros: desde o dia 5 de junho, as ações caíram 17,3% na China e 14,8% na Índia – uma queda mais acentuada que os 8,42% negativos registrados pelo S&P 500, que serve de termômetro para o mercado americano.

Entretanto, ressalva o FT, países ricos em recursos naturais, como o Brasil e a Rússia, têm sofrido menos. A queda no mercado brasileiro desde 5 de junho foi de 8%; na Rússia, 2,2%.

“O Brasil e outras economias latino-americanas, como o México e o Chile, se beneficiaram de disciplina monetária e fiscal. Esses países elevaram as taxas de juros e estabeleceram metas de inflação estritas”, afirma a reportagem.

Para o jornal, mesmo que não tenham se descolado das principais economias industrializadas – ou ainda que tenham se descolado apenas “suavemente”, como colocou outro analista ouvido na reportagem – a situação nos países emergentes ainda parece melhor que no passado.

“Muitos analistas acreditam que a maior parte das economias emergentes, embora enfrentando um futuro mais difícil, estejam caminhando na direção de um ‘soft landing’ no lugar das crises que os afligiram há uma década”, analista o jornal.

“Muito vai depender do preço do petróleo e de outras commodities. Se os preços das commodities caírem muito acentuadamente no momento em que o mundo está combatendo a inflação alta, a história de sucesso dos mercados emergentes estará morta e enterrada.”