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Até quanto vale o risco de investir?

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(Shutterstock)

Hoje queria falar sobre os limites a serem estabelecidos para investimentos, pelo fato de que vejo muitas pessoas que conseguem poupar dinheiro mensalmente, possuem uma ótima intenção, mas, na hora de trabalhar o dinheiro nas linhas de investimentos existentes, acabam se atrapalhando e consequentemente perdendo rendimento, isso quando não perdem dinheiro.

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Antes de qualquer ação de investimento, recomendo que as pessoas analisem profundamente os riscos existentes em algumas das principais modalidades:

Caderneta de Poupança – Como tem característica de aplicação muito conservadora, o rendimento é menor até mesmo do que outras aplicações conservadoras. Mesmo não se tendo prazos, os valores mantidos por menos de um mês não recebem remuneração.

CDBs e RDBs – Normalmente, nestes tipos de investimentos, não é possível negociar os papéis. Incide imposto de renda em função do prazo da aplicação. Lembrando que quanto mais tempo investido, menor a alíquota. Reforçando que, para prazos inferiores a 30 dias, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também será cobrado.

Títulos Públicos – A garantia da rentabilidade acordada na hora do investimento diz respeito apenas ao dia de seu vencimento. Além da tributação do Imposto de Renda e do IOF (para aplicações com prazo inferior a 30 dias), o investidor terá outros custos. Ao comprar o título, é cobrada uma taxa de negociação de 0,10% sobre o valor da operação – dentre outras taxas. É preciso realizar uma aplicação inicial mínima de 20% do preço do título a ser comprado, aproximadamente R$ 100.

Ações – Ao mesmo tempo em que permite um rendimento maior, a renda variável deixa o investidor sujeito a maiores riscos e perdas, inclusive do patrimônio investido em caso de ter de vender as ações em baixa. Mercado financeiro é instável e pode mudar a qualquer momento. Há custos de corretagem para cada operação realizada e que variam de corretora para corretora, taxa de custódia e taxa de emolumentos.

Além disso, há incidência de Imposto de Renda: uma pequena parte (0,005%) é retida na fonte e o restante (14,995%) sobre os ganhos líquidos na venda ou liquidação da ação, que deve ser recolhido pelo investidor todo mês. Quem vende até R$ 20 mil por mês no mercado à vista está isento de IR.

Fundo de Investimentos – Paga-se no mínimo 15% de Imposto de Renda sobre o lucro obtido e não há limite de isenção. Paga-se taxa de administração e, eventualmente, taxa de performance, taxa de ingresso e taxa de saída. Há também despesas com corretagem, custódia, liquidação financeira de operações e de auditoria.

É um investimento de alto risco, entre eles a variação do preço dos títulos – a oscilação pode tanto beneficiar como prejudicar o investidor. Falta autonomia na hora de decisão sobre o que e como investir.

Previdência Privada – Na hora do resgate de planos PGBL, o imposto pago é sobre o total investido. É cobrada taxa de administração, além de carregamento (aporte de recurso) ou saída (resgate), dependendo da instituição em que o seguro foi contratado. Isso deve ser levado em consideração para saber se vale a pena o investimento frente aos rendimentos desta aplicação.

Câmbio – Investimento de alto risco. Lembre-se, quando uma ponta do negócio está ganhando muito, provavelmente a outra está perdendo. Está sujeito à variação do câmbio. Existe incidência de Imposto de Renda e IOF e é preciso estar atualizado frente às políticas cambiais dos países e entender sobre economia e mercados.

LCI e LCA – A maior desvantagem é o valor mínimo que as instituições exigem para o investimento inicial em LCI e LCA. Isto acaba deixando o pequeno investidor de fora até que consiga recursos suficientes para o seu primeiro investimento. Outro problema da LCI e da LCA é o prazo mínimo para resgate. Antes de investir, você já fica sabendo quando poderá resgatar o dinheiro. Todo LCI e LCA possui uma data de vencimento. Na maioria das vezes, você não pode resgatar seu dinheiro antes deste prazo, que costuma ser entre 1 e 2 anos.

Fundos Referenciados DI – Uma variável que deve ler levada em consideração quando se pretende investir neste tipo de fundo é a taxa de administração. Quanto maior for a taxa, menor o rendimento líquido. As taxas variam de fundo para fundo e de banco para banco.

Debênture – Os custos de emissão de debêntures são altos. A empresa emissora deve ser uma S.A., o que inviabiliza a emissão pelas SPEs limitadas de lucro presumido, geralmente usada para desenvolver empreendimentos build-to-suit. Pode haver descasamento entre os valores pagos como parcelas do financiamento e os aluguéis recebidos. Como as parcelas são pré-fixadas e os aluguéis podem variar (ainda que se mitigue esse risco com cláusula de recusa de ações revisionais), há a possibilidade de retração nos índices de reajuste.

Importante: As opiniões contidas neste texto são do autor do blog e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney.

fonte: infomoney