Preço do azeite pode diminuir se chuvas continuarem na Espanha, diz COO da Deoleo
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Córdoba* – Após dois anos marcados por colheitas fracas de azeitona e consequente disparada nos preços, a avaliação é de que um clima menos adverso na Espanha neste ano ainda possa levar à diminuição dos valores do azeite. É o que diz Carlos Sanchez, COO da Deoleo, líder mundial na produção do produto.
“Nas últimas semanas, na Espanha, houve muita chuva. Nossa estimativa é de que, se a chuva continuar na primavera, nós teremos uma safra melhor neste ano e os preços podem começar a reduzir no meio do ano”, diz Sanchez. A Deoleo é responsável por 85% da produção de azeite na Espanha e tem no Brasil um de seus principais mercados na América do Sul.
“A produção depende de três parâmetros. O primeiro é a temperatura: tem que se manter um pouco de frio, mas não muito frio no período de floração, para que as flores não sejam destruídas”, explica o executivo em uma visita de jornalistas à fábrica da produtora. O saldo da colheita ainda depende de uma temporada de chuva da primavera no hemisfério norte (de março a junho) e, posteriormente, no mês de setembro, quando a azeitona ganha peso e tamanho para ser colhida.
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A produção do azeite tem sido altamente impactada pelas mudanças climáticas nos últimos anos, o que levou a um aumento global médio de 40% no seu preço nos últimos dois anos. A Espanha, responsável por 50% da produção, é o marcador de preços mundial do azeite e todos os mercados acabam respondendo às variações do país ibérico.
Conforme publicou o InfoMoney, o Instituto Brasileiro de Olivicultura (IBRAOLIVA), associação que reúne toda a cadeia oleícola do Brasil, mediu que uma embalagem de 500 ml de azeite classificado como virgem na Europa e extravirgem no Brasil saiu de US$ 6, em janeiro de 2023, para US$ 10 em janeiro — data da publicação da matéria. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, o azeite de oliva encareceu 37,11% em 2023.
*O repórter viajou para Córdoba, na Espanha, a convite da Siemens.