Diversos

Investidores confiam em BC para conter inflação, dizem analistas

A inflação representa um risco à economia brasileira, mas o Brasil continua sendo atraente para investidores graças à política agressiva do Banco Central no combate à escalada de preços, afirmam analistas estrangeiros consultados pela BBC Brasil.
“O fantasma da hiperinflação ainda ameaça as expectativas em

 

  relação ao Brasil”, diz estrategista para América Latina da consultoria Global Insight, da Pensilvânia, Rafael Amiel.

“Ainda não sabemos quão grande é o problema da inflação, mas é resp

 onsabilidade do Banco Central administrar as expectativas inflacionárias”, afirma.

“Acho que ele será bastante agressivo. Não ficaria surpreso se na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) a taxa de juros for elevada para 13% ao ano”, diz o analista, que prevê um PIB de 5,1% para 2008.

Em sua última reunião, em junho, o Copom aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

Credibilidade

Para Alvise Marino, economista da consultoria IDEAGlobal, de Nova York, o Copom está “tomando os passos certos”, o que deve evitar um choque maior na economia brasileira.

“O que faz a diferença, principalmente entre os mercados emergentes, é a credibilidade do Banco Central no combate à inflação”, diz.

“O Copom já demonstrou ser muito duro na luta contra a inflação. A reação a isso é que, apesar de os preços estarem subindo, os investidores continuam com apetite pelo Brasil”, afirma Marino.

De acordo com a consultoria EPFR Global, de Massachusetts, os fundos de investimento dedicados ao Brasil, que somam US$ 20 bilhões, captaram US$ 611 milhões no primeiro semestre de 2008. Nos primeiros seis meses de 2007, esse fluxo somou US$ 1,05 bilhão.

“O Brasil está bem. Nesse momento, os investidores estão deixando suas posições em geral sem diferenciar o bom do ruim”, afirma Brad Durham, diretor da EPFR Global.

“Considerando as atuais oportunidades de investimento ao redor do mundo, o Brasil ainda representa uma oportunidade de longo prazo muito atraente, porque tem uma política fiscal sadia e acabou de ter duas elevações do grau de investimento”, diz Marino, da IDEAGlobal, cuja estimativa do PIB para 2008 está entre 4,9% e 5,1%.

Segundo o analista, os investidores de longo prazo estão especialmente interessados na área de energia.

Tony Avirgan, analista do Economic Policy Institute, de Washington, concorda. “Em geral, o Brasil está indo muito bem comparado com as últimas décadas e o governo tem agido de forma responsável. Isso chama a atenção dos investidores estrangeiros”, diz Avirgan.