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Os riscos da crise para o Tesouro Direto

Investimentos

(Shutterstock)

Em tempos de crise, muito tem se falado sobre onde investir, já que a situação econômica anda instável. E uma das modalidades dentro desse universo que vem tomando grandes proporções é o Tesouro Direto. Mas, diante do cenário atual, será mesmo que os títulos públicos são as melhores opções?

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Vamos refletir um pouco. A Caderneta de Poupança, que sempre foi a queridinha da população, vem perdendo espaço por render menos que a inflação – cerca de 2,5% abaixo, de acordo com informações do IBGE de 2015. O Tesouro Direto, por sua vez, passou por reformulações importantes e se tornou mais simples, atraindo muitas pessoas.

Mas uma das principais vantagens do Tesouro é que tem baixo risco, uma vez que o governo é a garantia. Funciona assim: é como se o investidor emprestasse dinheiro para o Governo Federal, e em troca, depois de um período, recebesse o valor de volta corrigido (rendimento).

Aqueles que decidirem, então, investir, estarão sujeitos ao pagamento de duas taxas no ato da aquisição: uma cobrada pela BM&FBovespa e outra cobrada pela instituição ou intermediário financeiro com quem operará. Dito isso, é passível entender que, se a situação política e econômica do país é instável, qual a segurança de que essa dívida será paga, ou seja, que os investidores receberão o que lhes é devido?

O próprio fundador do antigo Pactual, Luiz Cezar Fernandes, concedeu uma entrevista ao site O Financista, dizendo que, até 2018, a dívida pública deverá crescer substancialmente, impossibilitando que o Governo a honre. Ele diz ainda que nem mesmo a inflação alta será capaz de corroê-la.

Isso nos faz entender que o valor não pago será tão expressivo que será possível quebrar instituições bancárias. As perspectivas não são nada boas e, se assim for, quem será um dos afetados, sofrendo grandes prejuízos? Os investidores do Tesouro Direto. É por isso que a recomendação, nesse momento, é de cautela.

Ninguém precisa se desesperar e agir por impulso, sair tirando todo o dinheiro investido nos títulos públicos, etc., não é nada disso. Apenas aconselho a fazer uma análise mais crítica, buscar se informar o máximo possível sobre assuntos relacionados e não sair fazendo o que, aparentemente, todo mundo está fazendo. É importante ver o que mais se encaixa para o seu perfil diante de todas as possibilidades.

Outra orientação que é sempre interessante no caso de investimentos é pulverizar, ou seja, espalhar os recursos em diversas aplicações, fazendo o que chamamos de carteira de investimentos. Minha sugestão é que destine, no máximo, 20% do dinheiro disponível ao Tesouro Direto, protegendo suas finanças.

E, para que todas essas novas informações façam mais sentido e possam ser utilizadas de maneira mais consciente e eficaz, especialmente em um momento de crise como o que estamos passando, recomendo se reeducar financeira. Não adianta buscar culpados; a hora é de arregaçar as mangas e encontrar saídas, e saber administrar bem as finanças é o primeiro passo.

Importante: As opiniões contidas neste texto são do autor do blog e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney.

fonte: infomoney