Finanças

Formando pequenos empreendedores

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores.

Crianças na Escola

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Há poucos dias, escrevi sobre a relação do empreendedorismo com a educação financeira. No entanto, a abordagem foi para adultos que pretendem abrir – ou que já tenham – um negócio próprio. Hoje, quero falar sobre o ensino do empreendedorismo para crianças, assunto abordado na aula de Educação Financeira em centenas de escolas públicas e privadas do país.

Sabemos que o ensino de temas como esse ainda na infância é de extrema importância, para que os pequenos tenham a oportunidade de crescer com uma educação completa, uma vez que os colégios têm o papel de contribuir para a construção de gerações mais conscientes e sustentáveis financeiramente, formando alunos-cidadãos, pensantes, críticos e autônomos.

Então, para isso, resolvi criar uma metodologia de ensino sobre empreendedorismo – dentre outros assuntos – para crianças e jovens, que divido em sete passos: “gostar do que faz”, “planejar e organizar”, “saber se relacionar com as pessoas”, “identificar oportunidades”, “ter força de vontade”, “cumprir com a palavra” e, claro, “buscar o lucro”.

O primeiro consiste em saber que qualquer ideia que se tenha na cabeça e se decida colocar em prática deve ser algo que nos deixe feliz. O sucesso de um trabalho depende muito da nossa vontade, do nosso desejo de que aquilo se torne realidade. Nós temos de ser apaixonados pelos projetos de empreendimento que escolhemos.  O ideal é transformar nosso projeto em uma missão. Por isso, é tão importante gostar do que se faz.

No segundo, explico que, para colocar um plano em ação, é preciso fazer uma lista com os itens necessários para que a ideia se realize. Se o projeto é produzir alguma coisa, fabricar algo, é importante anotar o material que precisa, onde é mais barato comprar, calcular em quanto tempo se consegue fazer os produtos, pensar onde vender e para quem. Além disso, é fundamental saber quanto será gasto no total e por quanto o produto será vendido.

No terceiro passo, ensino algo de extrema relevância: saber se relacionar com as pessoas. Para que as coisas fiquem mais fáceis na hora de colocar um plano em prática, a dica é ter simpatia e tratar bem os colaboradores, pois eles são as pessoas que irão ajudar a realizar a missão. 

Com o quarto passo, mostro que, durante a realização de um plano, podemos encontrar problemas e oportunidades. Se algo não estiver mais funcionando, é preciso estar atento e aberto a novas ideias, para que os obstáculos não minem o negócio. No quinto passo, explico que, quando começar a trabalhar numa ideia, deve-se insistir para que dê certo. Momentos bons e ruins fazem parte, o que não pode é desistir. Essa palavra não existe no mundo do empreendedorismo. É preciso ter perseverança, ou seja, muita força e fé de que o projeto vai dar certo.

A partir do momento em que se cria um plano e se trabalha para que ele se transforme num empreendimento, deve-se honrar o compromisso. A palavra vale ouro, ela diz quem nós somos. Se a gente não honra a palavra, as pessoas passam a não querer mais fazer acordos conosco e perdem a confiança. Palavra dada é palavra sagrada. E esse é o sexto passo para que essa empreitada se concretize com sucesso.

O último significa que, para ser considerada bem-sucedida, uma empresa tem que dar lucro. Quando a empresa paga suas despesas e, ainda assim, sobra algum dinheiro, chamamos essa sobra de lucro. É importante saber que todo o projeto de empreendedorismo precisa ter lucro.

Estamos tão acostumados a falar do tema como se fosse um assunto exclusivo para adultos, que, pensar na hipótese de ensinar uma criança parece inviável, mas não é. O brasileiro possui um espírito empreendedor incrível, no entanto, não é estimulado e nem ensinado a lidar como um. 

Disseminar a educação financeira para a população – independente da idade, gênero ou condição social – é a chave para essa questão!

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fonte: infomoney