Educação Financeira como ferramenta para enfrentar as incertezas de 2015
Após o ano de 2014, com copa do mundo, eleições, aumento das taxas de juros e aumento da inflação, 2015 apresenta-se com um cenário de muita preocupação. As consequências tendem a trazer um aumento do custo de vida para as famílias brasileiras, seja na alimentação, vestuário ou educação, por exemplo. E isso já se faz presente por meio de pesquisas que revelam que mais de 50 milhões de brasileiros encontram-se inadimplentes, o que quer dizer que já não conseguem mais honrar com suas prestações.
Neste próximo ano, é preciso muita cautela. A situação requer de cada um de nós uma boa reflexão. Devemos saber, em primeiro lugar, em que situação financeira nos encontramos: endividado/inadimplente, equilibrado financeiramente ou investidor. Qualquer que seja a sua situação, será necessário se preparar para não ser surpreendido; prevenir-se é sempre o melhor caminho.
Para enfrentar essas incertezas do próximo ano, será preciso educar-se financeiramente; por isso,não basta entender de planilhas e cálculos. A educação financeira vai muito além, é preciso buscar pela mudança de hábitos e comportamento, pois trata-se de uma ciência humana.
Então, proponho seguir os passos que fazem parte da Metodologia DSOP de Educação Financeira, da qual sou mentor, que vem contribuindo com milhares de pessoas e famílias a assumirem as rédeas de suas vidas financeiras. Para dar inicio, é preciso realizar uma reunião familiar, incluindo as crianças, para falar sobre projeto de vida da família. Vamos a eles:
Diagnosticar: é preciso descobrir para onde está indo cada centavo gasto por um período de 30 dias. As despesas devem ser separadas por tipo e registradas em um apontamento de despesas, agenda ou qualquer outro instrumento. Exemplo de tipo de despesas: padaria, supermercado, cafezinho e até mesmo gorjeta. Pesquisas mostram que as famílias brasileiras, mensalmente, gastam em excesso 25% em tudo o que consomem, não somente em supérfluos.
Sonhar: os sonhos são um grande agente motivador, que nos levarão a não desistir do caminho a ser seguido. Sempre falo em minhas apresentações que pobre não é a pessoa que não tem dinheiro, e sim aquela que não tem sonhos. Reunir a família para falar de sonhos é o caminho correto, mas alerto que devemos sempre ter, ao mesmo tempo, três sonhos: um de curto (até um ano), médio (até dez anos) e de longo prazo (acima de dez anos). Todos os sonhos devem estar acompanhados de quanto custa, quanto será guardado e em quanto tempo se realizarão. Caso contrário, não serão sonhos, mas sim pesadelos. Entre os sonhos, poderá estar na lista o de sair da dívida/inadimplência, mas, cuidado, é preciso ter outros sonhos para não desanimar.
Orçar: orçamento financeiro é uma ferramenta estática, que tem como objetivo apresentar a nossa movimentação financeira (entrada e saída do dinheiro). O problema é que aprendemos o orçamento que prioriza despesas: Ganho (-) Despesas = Sobra/lucro ou falta/prejuízo. Proponho uma nova maneira de construir seu orçamento financeiro: Ganho (-) Sonhos (-) Despesas. Com essa disposição, a prioridade será sempre nossos sonhos.
Poupar: quando poupamos, estamos guardando, retendo e protegendo o dinheiro ganho. A grande questão é que as pessoas até começam a poupar, mas logo desistem e acabam resgatando. Isso se dá por não atrelar o dinheiro poupado a um sonho ou objetivo. Então, oriento que, para cada dinheiro guardado, ter sempre o sonho relacionado. Sobre o melhor investimento, para os de curto prazo, recomendo caderneta de poupança; de médio prazo, tesouro direto, CDB, LCI, LCA ou fundo de investimento; para longo prazo, previdência privada, tesouro direto, ouro e ações.
Importante: As opiniões contidas neste texto são do autor do blog e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney.
fonte: infomoney