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Ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) se despedem hoje da Bolsa: o que muda para o acionista com a incorporação à Hapvida (HAPV3)?

Esta sexta-feira (11) marca o último dia de negócios com ações da NotreDame Intermédica (GNDI3), que, a partir de segunda (14), serão incorporadas pela Hapvida (HAPV3). A mudança acompanha a combinação de negócios entre as duas operadoras de saúde: a Intermédica será incorporada à Hapvida em um negócio que deve render R$ 1,38 bilhão em sinergias, segundo estimativas das próprias empresas.

Mas o que muda para o investidor que tem GNDI3 na carteira? A troca começa a valer a partir do encerramento do pregão de hoje, mas acontecerá em etapas:

  • Dia 11 de fevereiro (sexta-feira) marca o último dia da negociação das ações da GNDI na B3
  • No dia 14 de fevereiro (segunda-feira), terá início a negociação das novas ações Hapvida na B3
  • No dia 16 de fevereiro (quarta-feira), o acionista receberá 5,2436 ações HAPV3 por cada papel GNDI3 que ele possuía na carteira;
  • Em 29 de março, serão pagos os dividendos extraordinários, anunciados pela Intermédica em janeiro – por cada ação GNDI3, o investidor receberá R$ 1,6130;
  • Nessa mesma data, também será paga uma parcela-caixa de R$ 5,126 por cada ação GNDI3 que o acionista tinha em carteira.

As remunerações valem para investidores da Intermédica NotreDame registrados na base de acionista no dia de hoje. A compra da empresa pela Hapvida foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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O potencial da combinação

Na avaliação de Igor Tello, analista da Rio Gestão, a fusão traz uma expansão geográfica para a companhia. Antes da combinação, a área de cobertura da Hapvida era mais forte no norte e nordeste do país, enquanto a da Intermédica estava no sul e sudeste.

A falta de um produto de abrangência nacional fazia com que 40% das ofertas da Intermédica fossem recusadas. As operadoras não conseguiam vender convênios médicos para empresas grandes, que atuam em todo o país. Com a fusão, a Hapvida acredita que poderá capturar cerca de 1 milhão de usuários nos próximos três anos e aumentar seu marketshare em aproximadamente 2%.

Sinergias não agradaram

Porém, as sinergias projetadas pela companhia não foram exatamente bem recebidas pelo mercado. É que a maior parte delas deve vir de receitas, com redução de custos e economia de despesas.

“O mercado entendia que as sinergias teriam uma parcela muito maior de eficiência operacional, só que, pelo que a companhia divulgou, vai vir de ações comerciais, vendas cruzadas de plano e fatores externos”, explica Tello.

As sinergias projetadas em R$ 1,38 bilhão ficaram 14% abaixo das estimativas do Safra, que reduziu o preço-alvo das ações HAPV3 para R$ 13,30, mas manteve recomendação de compra.

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“O caso de investimentos de uma operadora de saúde líder em nível nacional e verticalmente integrada continua atraente para o médio e longo prazo, em nossa opinião”, diz a análise do banco.

Mais poder de fogo

Os analistas do Safra recomendam “abordagem cautelosa no curto prazo”, levando em conta resultados operacionais recentes abaixo do esperado e que o processo de integração deve levar alguns anos para se concretizar. As sinergias estimadas devem ser totalmente capturadas a partir de 2025.

Para os analistas da Levante Ideia de Investimentos, a fusão, de qualquer forma, aumenta o poder de fogo da companhia para novas aquisições conseguindo levantar capital mais barato no futuro.

“Na nossa visão, ainda existe um espaço para um upside considerável com a criação da nova empresa à medida que as sinergias vão sendo incorporadas nos resultados”, escreveram os analistas.

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