Diversos

Ibovespa perde 2,89% e volta ao nível de abril

O banco central dos EUA produziu nas bolsas de valores uma recuperação tênue ontem, totalmente anulada hoje pelas péssimas notícias vindas do segmento financeiro americano. As ordens de vendas de ações iniciaram com os alertas do banco Goldman Sachs sobre o Citigroup e dispararam com o preço do petróleo, que bateu novos recordes. Em Wall Street, o índice Dow Jones voltou ao nível de setembro de 2006; em São Paulo, a Bovespa só não teve um desempenho pior porque Petrobras ajudou.
O banco central dos EUA produziu nas bolsas de valores uma recuperação tênue ontem, totalmente anulada hoje pelas péssimas notícias vindas do segmento financeiro americano. As ordens de vendas de ações iniciaram com os alertas do banco Goldman Sachs sobre o Citigroup e dispararam com o preço do petróleo, que bateu novos recordes. Em Wall Street, o índice Dow Jones voltou ao nível de setembro de 2006; em São Paulo, a Bovespa só não teve um desempenho pior porque Petrobras ajudou.

O Ibovespa, principal índice, encerrou a sessão em baixa de 2,89%, aos 63.946,9 pontos, menor patamar desde 29 de abril (quando fechou com 63.825,7 pontos). No pior momento, caiu 3,29%, aos 63.689 pontos, e, na máxima, bateu em 65.804 pontos (-0,07%). No mês, as perdas da Bovespa chegam a -11,91% e, no ano, os ganhos estão limitados a 0,10%. O volume financeiro totalizou R$ 6,702 bilhões.

As bolsas americanas também derreteram: o Dow Jones teve o pior fechamento desde 11 de setembro de 2006, em queda de 3,03%, aos 11.453,4 pontos. O S&P recuou 2,94% e o Nasdaq, 3,33%. As ordens de vendas começaram após o Goldman Sachs ter rebaixado para “neutra” sua recomendação para as corretoras americanas, colocado o Citigroup em sua lista de “convicção de venda” e reduzido sua recomendação para as ações da General Motors, que já vinham sofrendo após as agências de classificação de risco Standard & Poors e Fitch terem rebaixado sua nota de crédito (rating) nos últimos dias.

Além disso, o petróleo chegou aos US$ 140 por barril pela primeira vez na história e fechou ligeiramente abaixo disso, em US$ 139,64, também um valor recorde (para fechamento). A alta foi de 3,78%. O petróleo se valorizou depois que o presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khelil, projetou preço entre US$ 150 a US$ 170 por barril nos próximos meses e um representante da Líbia disse que o país poderá cortar sua produção.

Também pressionaram as bolsas para baixo indicadores divulgados nos EUA: o índice de atividade industrial regional do Meio-Oeste caiu 0,8% em maio devido ao declínio na produção automotiva; e a atividade manufatureira na região coberta pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de Kansas piorou em junho para -13, ante leitura de zero em maio. Mas estes dados tiveram dois contrapontos: as vendas de imóveis residenciais usados subiram 2% em maio, ante alta de 1,8% prevista pelos analistas, e o PIB do primeiro trimestre foi revisado em alta, para 1% (ante 0,9% na prévia anterior), como previsto. Contudo, o peso negativo foi maior, já que ainda havia as previsões pouco favoráveis de desempenho da Research In Motion (fabricante do Blackberry), Nike e Oracle.

No final do pregão doméstico, apenas quatro ações subiam. Petrobras ON acabou conseguindo sustentar um pouco de ganhos no final, seguindo a disparada do petróleo, e ajudou a conter as perdas do Ibovespa. Estas ações subiram 0,20%, mas as PN caíram 0,11%, após muita oscilação. Uma perda pequena perto da Vale: apesar de os metais terem subido no exterior, Vale ON caiu 3,54% e Vale PNA, 4,97%.

Por Claudia Violante – Agência Estado