Finanças

Balanço do Google supera expectativas e mostra blindagem da empresa

google_logoO Google mostrou hoje, ao anunciar um crescimento de 54% no lucro obtido em 2009, que é capaz de enfrentar as dificuldades da recessão melhor que seus concorrentes e que sabe interpretar os sinais da recuperação econômica.

A companhia, com sede no Vale do Silício, comunicou hoje que seu lucro líquido no ano passado foi de US$ 6,520 bilhões, contra o de US$ 4,226 bilhões registrado em 2008.

Já o faturamento na comparação entre os dois períodos avançou 8,5%, para US$ 23,650 bilhões.

Ainda mais favorável foi o último trimestre de 2009, no qual o famoso site de buscas quintuplicou seus ganhos em relação ao mesmo período do ano anterior, fazendo-os chegar a US$ 1,97 bilhão, e registrou uma alta de 17% em sua receita, de US$ 6,67 bilhões.

“Considerando que a economia global ainda se encontra nos primeiros dias de sua recuperação, este foi um final de ano extraordinário”, disse Eric Schmidt, executivo-chefe do Google.

“À medida que entramos em 2010, nos mantemos enormemente otimistas sobre a internet e continuamos investindo com força em inovação tecnológica, para o benefício não só de nossos usuários e clientes, mas também para o de toda a rede”, acrescentou.

De acordo com o balanço apresentado, o Google voltou superar as previsões dos analistas sobre seus resultados em todo o ano passado e no quarto trimestre. A companhia mostrou ainda que, além de ser praticamente imune às recessões econômicas, sabe tirar proveito da incipiente recuperação do consumo.

As vendas na internet durante as festas de fim de ano foram melhores que o esperado e favoreceram o site de buscas, que praticamente obtém toda a sua receita da publicidade online.

Os analistas acham que o Google continuará se beneficiando da recuperação econômica e de sua incursão nas novas formas de publicidade na internet, como os anúncios gráficos e os banners.

As bolsas, no entanto, não se impressionaram com os resultados da companhia. Por volta das 19h50 (de Brasília), as ações da empresa caíam 4,6% em relação ao preço de abertura, para US$ 556,3.

Além disso, os especialistas acham que nuvens carregadas podem escurecer o futuro do Google, apesar das boas previsões sobre as receitas atreladas à publicidade online.

O conflito com a China, onde o site de buscas ameaçou suspender suas operações após um ataque cibernético contra contas de e-mail de defensores dos direitos humanos, não terá efeitos financeiros imediatos, mas pode causar impactos a longo prazo.

No gigante asiático, a companhia fatura entre US$ 200 milhões e US$ 600 milhões ao ano, segundo estimativas. Mas a China já é a terceira maior economia do mundo e um mercado em potencial para os novos produtos do Google, sobretudo na área de telefonia celular.

O Nexus One, o primeiro telefone celular do Google, decepcionou em termos de venda nos primeiros dias de seu lançamento.

Enquanto a Apple vendeu 1,6 milhão de iPhones em sua primeira semana e a Motorola viu 250 mil Droids sumir das prateleiras, o site de busca comercializou apenas 20 mil aparelhos em sete dias.

Quem também ameaça o Google é o novo site buscas da Microsoft. Segundo a imprensa americana, a empresa criada por Bill Gates está negociando com a Apple o uso do Bing como buscador padrão dos iPhones, que atualmente usam o Google.

Caso o acordo seja fechado, os usuários do iPhone acessarão automaticamente a internet através do Bing e precisariam modificar manualmente a configuração de seus telefones para utilizar o Google, que, por sua vez, deixaria de faturar muito com os anúncios online.

fonte: UOL economia