Finanças

BC mantém juros em 8,75%; taxa real é a segunda maior do mundo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, manter a taxa básica de juros (a Selic) em 8,75% ao ano. É a quarta reunião seguida em que a taxa fica nesse nível (veja gráfico no fim deste texto).

De acordo com a UPTrend Consultoria Econômica, o Brasil tem a segunda maior taxa real de juros do mundo, na projeção para os próximos 12 meses. A taxa real é a Selic menos a inflação, o que dá 4,2% ao ano. Em primeiro lugar nesse ranking, está a China, com juros reais de 5,8%.

A taxa atingiu o valor nominal (sem descontar a inflação) de 8,75% primeiramente em julho. Depois foi mantida nos encontros de setembro e outubro e, por último, na reunião desta quarta-feira. O Copom se encontra a cada 45 dias. O atual encontro foi o último do ano.

Segundo nota do BC, distribuída após a reunião que decidiu pela

manutenção, a taxa de 8,75% está de acordo com um bom cenário inflacionário, ajudando a manter a inflação dentro das metas traçadas pelo Comitê “ao longo do horizonte relevante e para a recuperação não inflacionária da atividade econômica”. A decisão foi unânime.

Com a decisão, já esperada pela maioria dos analistas, a atual Selic se mantém como a menor taxa desde que ela passou a ser usada como meta da política monetária, em 5 de março de 1999.

Os juros são usados como política monetária pelo governo para conter a inflação. Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas gastam menos, o que restringe o aumento dos preços.

Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações. Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os estrangeiros, que procuram o país.

Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais cuidadosas para tomar empréstimos e fazer expansões. Por causa disso, o emprego também não cresce tanto. É em razão desse efeito que os empresários reclamam contra os juros altos.

Quem decide os juros

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.

fonte UOL